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A experiência do autocuidado

Reflexões sobre expectativas, mudanças e o olhar sobre nós mesmos.

texto  Ivan Aguirra

Tenho uma confidência a fazer: a experiência que tenho com a educação teve como base minha perspectiva como aluno e como gestor, observando práticas e ouvindo professores, lendo relatos e estudos de especialistas, realizando pesquisas ou mesmo aprendendo numa sala de aula, e não atuando como professor. Apesar da minha inexperiência docente, compartilho com você, educador, algo muito potente: trabalho todos os dias para oferecer uma boa experiência educativa. 

Pressuponho que, em suas classes, você direciona seus esforços para garantir uma aprendizagem eficiente e significativa para os alunos e, indiretamente, para a fidelização de famílias com expectativas, valores e exigências diversos. Do nosso lado, como produtores de conteúdos, nos dedicamos muito para oferecer um ecossistema consistente de soluções e formações para profissionais de educação, alunos e famílias que forneça experiências e serviços repletos de criatividade e sentido.  

Neste ponto da nossa conversa, proponho uma reflexão sobre as nossas atuações: estamos no mesmo barco quando falamos sobre as experiências que proporcionamos e pelas quais somos avaliados. Uma experiência ruim é comunicada e sucessivas notas negativas exigem uma mudança de rota. Todo profissional da educação sabe que não basta ensinar, é preciso conquistar as turmas, encantá-las para que queiram aprender e aprendam de fato. Quem se propõe a esse tipo de serviço sempre está suscetível a críticas abstratas: uma mesma experiência pode ser plena para um e vazia para outro. Disso nascem análises, propostas de melhorias, experimentações e se constroem soluções personalizadas.

Afinal, que experiência estamos gerando para nós mesmos? 

Qual tem sido nossa própria satisfação diante do que oferecemos ao outro? É essa reflexão que gostaria de deixar com você. Nesse mundo caótico em que vivemos, muitas vezes repensamos tanto nossa entrega para, supostamente, melhorar a experiência do usuário que acabamos nos distanciando do nosso real propósito. Outras vezes, reproduzimos tanto, ipsis litteris, os valores da instituição na qual trabalhamos que acabamos nos fundindo com ela, num tipo de simbiose corporativa. E sem perceber, às vezes acabamos nos esquecendo ou desviando dos nossos propósitos para justificar mudanças de planos da instituição. Quanto mais isso acontece, mais força fazemos para explicar para nós mesmos o nosso próprio trabalho. Líderes – da escola, da sala de aula ou de instituições educativas – devem ter uma escuta ativa e empática para acompanhar movimentos como esse. Claro que o ideal é sempre buscarmos um trabalho que se encaixe em nossas expectativas e valores, mas precisamos lembrar que nem as instituições nem nós somos estáticos. 

Cada um deve ter como premissa a prática do autocuidado e de revisitar constantemente seu projeto de vida. Uma experiência só é boa mesmo quando todos se transformam na direção esperada. Você indica sua própria experiência para um colega de trabalho? Essa resposta diz muito sobre você, seu trabalho e a instituição que representa.  

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