50 anos a favor da educação
Ricardo Feltre, fundador da Moderna, fala sobre as transformações na indústria editorial nos últimos 50 anos, bem como sobre a vitoriosa trajetória da empresa e a sua própria, marcadas por trabalho, dedicação e pitadas de sorte.
Texto Sônia Cunha de S. Danelli | Ilustração Eduardo Santana
Educar gerações para o futuro. Este é o compromisso firmado pela Moderna desde 1968. Agora, em 2018, ao completar 50 anos, revisitamos a nossa trajetória e ficamos impressionados pela forma como ela se relaciona à educação brasileira. Para começar as comemorações, voltamos às origens e conversamos com Ricardo Feltre, nosso fundador que, aos 90 anos, nos recebeu em sua casa para relembrar alguns marcos importantes dessa história.
Educatrix: A Moderna está há 50 anos no mercado atuando na formação de gerações de jovens. Conte-nos um pouco sobre como foi a sua trajetória escolar?
Ricardo Feltre: Fiz primário em uma escola de bairro. Poucos colégios ofereciam o ginásio estadual de graça. E os bons ginásios particulares eram caros. Mas havia alguns mais simples, como o que cursei, na Rua Oriente. Lá, fiz os 4 anos de ginásio particular.
Quando eu fui para o colegial, ficou um pouco mais difícil. Comecei em uma escola particular mediana, porque as melhores eram mais caras e minha família não podia pagar. Então, por acaso (aliás, um dos golpes de sorte da minha vida), tinha um colégio público no Parque D. Pedro, e, naquele ano, resolveram abrir uma unidade próxima à estação São Joaquim. Houve uma espécie de vestibulinho e eu passei. Entrei até bem colocado e fiz um bom colegial.
No final do colegial, todo mundo fazia cursinho para entrar na faculdade. O Anglo Latino era dentro do colégio Anglo Latino, também próximo à estação São Joaquim. Eu não podia pagar o cursinho do Anglo, mas acabei encontrando um outro bem mais simples que eu consegui pagar.
“O que sempre me emociona é pensar como a moderna foi crescendo pouco a pouco, com juízo, junto com todos os colaboradores e fornecedores. com isso, formamos uma família”.
Ricardo Feltre
O cursinho tinha uma sala só, éramos 19 alunos e os professores eram alunos do curso superior. Um deles saiu e foi trabalhar na NASA. Quer dizer, tudo fera e só 19 alunos.
Eu queria ser engenheiro, e quem queria ser engenheiro, em São Paulo, lá por 1950, só tinha duas opções: USP ou Mackenzie. O Mackenzie era mais Engenharia Civil, não tinha todas as modalidades. Então, a Politécnica era o lugar para quem queria Química ou Eletrotécnica. O vestibular era um sufoco: poucas vagas e muitos candidatos.
É bom lembrar que, na época, entrar na faculdade era sonho para 2%. Hoje, apesar das dificuldades, esse sonho é para um número muito maior de jovens. Fazer o Ensino Médio já era uma conquista. Quase todo mundo ficava no caminho, e o que sobrava, 2% ou 3%, eram a elite.
Quando chegou o vestibular, deu pra passar bem. Tive outra sorte, pois, inauguraram um novo prédio da Poli, onde hoje é a Fatec, e, quando entrei, as vagas aumentaram de 80 para 160. Devo reconhecer que, em alguns momentos críticos, eu tive sorte.
Educatrix: Como nasceu a Moderna?
Ricardo Feltre: A Editora Moderna foi fundada em 22 de outubro de 1968 pelos professores Carlos Marmo, Setsuo Yoshinaga e por mim. Nós dávamos aulas em um cursinho pré-vestibular. O Marmo ensinava Desenho e já havia publicado um livro por conta própria. Yoshinaga e eu ensinávamos Química.
Na época, os cursinhos não tinham apostila. O professor explicava o conteúdo, resolvia um ou dois exercícios em sala e passava outros para os alunos resolverem em classe ou em casa. Enquanto o professor falava, eles tomavam nota ou copiavam o que ele escrevia no quadro, e recebiam baterias de exercícios em folhas à parte. Cada professor selecionava seus exercícios e o cursinho imprimia para os alunos.
Nós três já produzíamos material para nossas aulas. Então, pensamos: se funciona e os alunos gostam, por que não transformar em livro? Yoshinaga e eu fizemos o volume 1 de um projeto de Química em quatro volumes, que depois passamos para três, um para cada ano do Ensino Médio. Vendemos os primeiros exemplares meio experimentalmente, mas logo percebemos o potencial. Então fundamos a Moderna para legalizar as vendas dos livros.
Educatrix: Por que o senhor escolheu o nome Moderna?
Ricardo Feltre: O nome Moderna era simples e transmitia a ideia de que estávamos propondo algo novo.
Educatrix: Em geral, quais materiais eram usados para dar aula? O senhor considera que o livro didático da Moderna foi uma inovação na época?
Ricardo Feltre: Em geral, as escolas não tinham esquadro, mapas, projetor, essas coisas. O material era essencialmente o livro didático. Desde o primeiro livro, a nossa preocupação foi não exagerar no conteúdo. Houve uma preocupação genuína para dividir os conteúdos em blocos coerentes, que fizessem sentido e fossem intercalados com questionários e exercícios. Na prática, nada mais era do que o que fazíamos no cursinho. A principal inovação, se assim podemos chamar, foi a inclusão uma quantidade maior de exercícios de fixação. No caso da Moderna, outra novidade foi a organização em três volumes, um para cada ano do Ensino Médio. Hoje parece óbvio, mas na época foi uma inovação e tanto.
Educatrix: Como foi o começo da Moderna e como eram comercializados os materiais?
Ricardo Feltre: Nos cinco primeiros anos, o catálogo dispunha apenas dos livros dos fundadores. A nossa primeira sede foi em um pequeno sobrado residencial, na Travessa Tamoio, 10, no bairro paulistano do Paraíso. Havia apenas uma senhora para atender ao telefone, um office-boy e três funcionários para comercializar os livros de autoria dos fundadores da empresa.
Por volta de 1974, Carlos Marmo e Setsuo Yoshinaga resolveram se afastar da Moderna por motivos particulares. Para ser sincero, a situação da empresa em meados dos anos 70 era de vida ou de morte, sem exageros. Tínhamos poucos títulos no catálogo e pouco capital inicial. Aqui, a forte dedicação dos funcionários e o entusiasmo foram essenciais para fazer a Moderna renascer.
“Por conta da minha atuação como professor, a moderna fez o caminho inverso de outras editoras: começamos com materiais para o ensino médio e pouco a pouco entramos nos outros segmentos”
Ricardo Feltre
Como eu atuava principalmente no Ensino Médio, mantive o foco na divulgação de materiais para este segmento. Convidei então alguns excelentes autores para compor o nosso catálogo de obras: Hildebrando André (Português), Melhem Adas (Geografia), José Mariano Amabis e Gilberto Rodrigues Martho (Biologia), José Dantas, Floriano Cáceres e Antônio Pedro (História), Francisco Ramalho Junior, Nicolau Gilberto Ferraro, Paulo Antonio de Toledo Soares (Física), Douglas Tufano (Português), Francisco de Assis Silva (História), Marcos Amorim e Hirome Nakata (Geografia), Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins (Filosofia), entre outros, que se tornaram amigos e partes importantes da credibilidade e do reconhecimento da Moderna.
Com essa injeção de ânimo, a equipe da Moderna foi crescendo e mudamos para um edifício maior, situado na Rua Dr. Elísio de Castro, no Ipiranga, onde ficamos até 1979. Depois, estabelecemos nossa sede à Rua Afonso Brás, no 431, na Vila Nova Conceição – aonde ficamos até 1996. Havia mais espaço e mais conforto para o trabalho interno e para o atendimento de professores e livreiros.
Educatrix: Como era o processo de criação de um livro didático há 50 anos?
Ricardo Feltre: Em qualquer editora, o caminho desde a ideia inicial até a materialização do livro é longo e passa por etapas essenciais: acertar o assunto de interesse dos leitores/professores; ter autores competentes; ter colaboradores experientes e atualizados com as necessidades do mercado, que editem o texto inicial e adequem aos alunos; elaborar um projeto gráfico atraente; consolidar formatos e a qualidade da matéria-prima etc. Enfim, ter em mente uma série de atributos que torne aquele livro indispensável na visão dos professores – nossos maiores parceiros na adoção dos materiais didáticos. Esta é a premissa básica desde sempre para a confecção das coleções.
O autor, principalmente de livros que não eram didáticos, vinha até a editora e nos apresentava seu original. Havia uma análise e decidíamos se valia ir em frente ou não. Isso não funcionava com didáticos. Em geral, os livros didáticos eram encomendados pela editora. A gente sondava o mercado e procurava um bom professor que tinha potencial para ser autor ou uma metodologia de aula interessante. Em geral, os primeiros autores da Moderna eram professores de cursinho, porque eu atuava no segmento, e porque vinham de experiências no curso superior.
Em termos de produção e distribuição, as mudanças são gigantescas. Quando a Moderna nasceu não existia computador, era tudo feito à mão, os recursos gráficos eram limitados. Essa transição contou muito com a entrada dos meus filhos de Ricardo Arissa Feltre e Eduardo Arissa Feltre na equipe de colaboradores e me ajudaram com uma visão dos novos tempos.
O Ricardo dinamizou a equipe de vendas e organizou um sistema de cobranças da Moderna. Já o Eduardo, meu filho mais velho, criou e desenvolveu o sistema de editoração eletrônica, no qual o livro é totalmente produzido em computador, podendo seguir diretamente para as impressoras, economizando as etapas intermediárias de pré-impressão.
Dessa época, eu lembro bem do Eduardo dizendo: “Vamos fazer tudo no computador”. Eu dizia “Eduardo, não dá”. Ele insistia e, então, a gente brigava. No final, o tempo provou que o Eduardo estava certo.
Educatrix: No início, os materiais da Moderna eram focados em Ensino Médio. Como se deu a expansão do catálogo para outros segmentos?
Ricardo Feltre: Do Ensino Médio para o Fundamental 2 foi algo natural. Os professores falavam, “os livros da Moderna para o Ensino Médio são tão bons, não tem um livro aí para o ginásio?”. Então, acho que foi automático expandir o catálogo para o segmento anterior.
Na maioria das editoras, foi exatamente o oposto. Elas, em geral, começaram com um catálogo Infantil, depois o Fundamental 1, o Fundamental 2, para chegar no Ensino Médio. As crianças estudavam, era um mercado maior, então a editora começava por onde se vendia mais. Elas estavam certas. Nós começamos ao contrário porque já tínhamos experiência no Ensino Médio, no cursinho, e queríamos aproveitar o perfil.
No final dos anos 1970, o nosso acervo de didáticos para o Ensino Médio estava completo e estávamos prontos para começar a investir no Fundamental 2. Em seguida, aumentamos a nossa atuação no mercado e começamos a investir nas séries iniciais, chamado de ensino primário na época.
Educatrix: E os materiais paradidáticos e de literatura infantojuvenil?
Ricardo Feltre: A nossa estreia no mercado de literatura infantojuvenil foi na Bienal do Livro de 1980. Sob a competente orientação de Maristela Petrilli (hoje, diretora editorial da área de Literatura da Moderna), lançamos nossos primeiros títulos infantis de ficção. Foi um sucesso imediato e nos deu a coragem de investir no formato de paradidáticos, livros de não-ficção que abordam vários assuntos de interesse dos alunos. Dessa época, temos muito a agradecer a autores como Pedro Bandeira, Mário Lago, Cecília Meireles, Joel Rufino dos Santos, Giselda Laporta Nicolelis, Eva Furnari, Ruth Rocha, entre muitos outros.
Educatrix: Como foi a consolidação da Moderna no mercado brasileiro?
Ricardo Feltre: A década de 1980 foi generosa com a Moderna. A empresa se consolidou e ficou conhecida e respeitada em todo o país, tanto no segmento de didáticos quanto na literatura infantojuvenil. Tornou-se essencial a ampliação da divulgação dos nossos materiais e aproximação com os professores brasileiros a fim de entender melhor suas necessidades. A partir disso, tomamos duas decisões fundamentais: o aumento do grupo de divulgadores e o estabelecimento de filiais e distribuidores no Brasil para nos ajudar no atendimento in loco. Nossa primeira filial foi em Ribeirão Preto e a segunda no Rio de Janeiro. Conforme a necessidade, outras unidades menores foram surgindo, sem vendas inicialmente, mas com o objetivo crucial de divulgação dos livros. Essas unidades eram chamadas de “Casas dos Professores” e nos ajudaram a expandir a marca por todo o Brasil.
No geral, conseguimos estruturar departamentos, tínhamos uma equipe eficiente e que lidou muito bem com o crescimento de nosso acervo. Foram anos de progresso contínuo. As parcerias e a credibilidade alcançadas durante essa época foram fundamentais para os tempos de crise política que vieram a seguir.
Educatrix: Quais foram as principais crises que a Moderna enfrentou?
Ricardo Feltre: A primeira crise foi o choque no preço do petróleo, que entre 1973 e 1974 subiu de US$3 para US$12. Isso se refletiu, na mesma proporção, no preço do papel para impressão gráfica. Na ocasião, o governo federal criou o Programa Pró-livro, com o objetivo de oferecer uma linha de crédito especial para as editoras. Infelizmente, o Pró-livro mostrou-se pouco útil, dada a grande quantidade de garantias exigidas para o financiamento.
Nesse momento, por volta de 1974, o Marmo e o Yoshinaga se afastaram, por motivos particulares, e a empresa ficou sob a minha direção. Sem exagero, a situação era de vida ou morte. Os títulos eram poucos e não havia capital: a Moderna nasceu sem dinheiro, só com o aporte dos sócios. Eu tinha que trabalhar fora para pôr dinheiro na editora. Mas sobrevivemos, com o grande esforço de nossos colaboradores internos e o apoio dos parceiros externos.
Outro golpe violento veio em 1990, quando o Collor, imediatamente após a sua posse na presidência da República, congelou todos os depósitos bancários de pessoas físicas e jurídicas. O Brasil estava sem dinheiro! Todos sofreram enormemente e, mais ainda, as firmas com giro financeiro anual. As editoras de livros didáticos vendem e recebem suas vendas no 1o semestre e guardam suas sobras de caixa para o 2o semestre, quando a situação financeira se inverte. No 2o semestre, as vendas e recebimentos são fracos e os gastos aumentam, para a produção de obras já existentes e o lançamento de novos títulos, sem o que uma editora não consegue crescer.
A gente teve de improvisar. Eu sumi da editora, peguei o carro e conheci todas as livrarias do estado de São Paulo. Correndo atrás de dinheiro. Aproveitei para conhecer o pessoal também, mas estava fazendo caixa, trocando na hora, dando desconto.
Lembro que nesse momento o manuscrito do meu livro, Fundamentos da Química, estava pronto. Quando o Collor tirou todo o dinheiro da gente, a editora não podia pagar ninguém. Então, reuni os colaboradores e o livro foi feito na raça, todo digitado e montado internamente. Os desenhos foram feitos à mão, em nanquim.
“Quando optamos pela Santillana, percebemos que eles compartilhavam conosco os mesmos valores de pioneirismo e qualidade editorial”.
Ricardo Feltre
Os mais jovens não fazem ideia do que era a inflação brasileira, desde 1973, com o choque do petróleo, até o lançamento do Plano Real, em 1994. Nas compras do dia a dia, a população enfrentava aumentos diários e, de certa forma, se acostumava. No entanto, para os chefes de família, que compravam livros didáticos uma vez por ano, o aumento anualizado parecia escorchante e causava revoltas. Foi um exercício de paciência explicar aos nossos clientes a conjuntura dos editores dentro da situação geral do país.
A verdade é que, nesse período, para tentar fugir da inflação, uma das saídas foi comprar o máximo de papel possível para impressão dos livros. Tornou-se fundamental para nós estocar papel. Se a editora tinha papel, imprimia o livro; se não, morria. Para se ter uma ideia, quando eu ia pedir algum financiamento no banco, me perguntavam quanto de “papel limpo” eu tinha. Para o banco, o livro em estoque e a possibilidade de comercialização não tinham valor, as nossas máquinas não tinham valor. Foi uma situação bem caótica.
Educatrix: E como aconteceu a venda da Moderna para o Grupo Santillana?
Ricardo Feltre: Com o Plano Real e a estabilidade econômica, a Moderna voltou a andar nos trilhos. Em 1996, mudamos a nossa sede para um prédio próprio, de seis andares, à Rua Padre Adelino, 758, onde está até hoje. O prédio foi pensado para a atividade editorial e para abrigar o crescimento que a Moderna registrava nas últimas décadas.
Conforme a empresa crescia, ela exigia mais de mim e mais investimentos externos. Então, começamos a receber algumas ofertas de compra de empresas que vinham potencial na Moderna. Entre elas, a Santillana, empresa espanhola pertencente ao Grupo Prisa. Tínhamos a preocupação de manter os valores e diretrizes de trabalho que a Moderna sempre manteve: valorização e respeito aos colaboradores.
Quando optamos pela Santillana e percebemos que eles compartilhavam conosco os mesmos valores de pioneirismo e qualidade editorial, eu, covardemente, empurrei a burocracia para o meu filho Ricardo. Preferi ficar o contato com os autores, acompanhamento dos editores. O Ricardo ficou com o sofrimento, negociações, reuniões de mais de 24 horas seguidas com advogados e com suas preocupações como filho: “Pai, não vai ser doloroso vender um negócio que o senhor fundou?” Eu dizia: “Não, estou tranquilo”.
Educatrix: O que a Moderna significou na sua vida profissional e pessoal?
Ricardo Feltre: No pessoal, deu muito trabalho e o preço, às vezes, foi alto. Antes de ter a editora, eu trabalhava muito dando aulas. Mas chegava o fim do ano, eu tinha férias. Por um mês, pouco mais, pouco menos, eu ficava livre e podia passear com minha família. Depois que fundei a editora, praticamente não saia mais de lá. Foi difícil e doloroso para todos. Eu tinha de cuidar da gestão da editora, mas também estava preocupado com o meu livro. Durante um bom tempo, eu escrevia meu livro das 17 horas até a hora que aguentava ficar acordado à noite e todo sábado e domingo. Apesar disso, tenho muita satisfação de olhar para a Moderna e ver que todo o esforço deu certo.
O problema é que o livro não tinha meio termo: ou me dedicava a escrever, ou então abandonava, desistia dele. E, editorialmente, buscar novidades é muito difícil. Fui para minha primeira Feira de Frankfurt todo animado, achando que ia comprar muitos livros, e lá descobri que não tinha didático nenhum.
Educatrix: Qual é a lembrança mais bonita que o senhor guarda da Moderna?
Ricardo Feltre: O que sempre me emociona é pensar como a Moderna foi crescendo pouco a pouco, com juízo, junto com todos os colaboradores e fornecedores. Com isso, formamos uma família, conseguimos atravessar todas aquelas crises, alta do dólar, Plano Collor, inflação absurda. Não sei se tivemos sorte ou se foi resultado do trabalho. Só sei que foi uma trajetória difícil, mas muito bonita.