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Educar para um mundo sustentável

Duas convicções, entre tantas incertezas: entregaremos aos nossos filhos um planeta enfermo, esgotado, sob muitos aspectos inadequado à vida. Devemos reconhecer que é preciso fazer algo agora, desde já, individual e coletivamente — e todos os caminhos de esperança passam pela Educação.

texto Paulo de Camargo

Como educador, qual seria sua reação ao saber que aquilo que fizermos nesta década, e nas duas próximas, definirá nosso futuro neste século e até mesmo neste milênio? A Terra passou de 2,5 bilhões de habitantes, em 1950, para quase 8 bilhões de pessoas em 2022, que demandam mais recursos, alimento, água. A pegada ecológica atual dos seres humanos requer 1,6 planeta Terra para nos sustentar e absorver o resíduo gerado anualmente. Até 2050, usaremos os recursos do planeta quatro vezes mais rápido do que podemos reabastecê-lo.  

O que pensaria um professor ao descobrir que, hoje, com o aquecimento global, 1 milhão de espécies estão em risco, e as mudanças climáticas já criam ondas migratórias humanas? E que 9 milhões de pessoas morrem a cada ano por causas ambientais, como a poluição? Até 2070, um terço da população mundial viverá em áreas inadequadas para a vida humana. 

Há duas conclusões que saltam à vista. Em primeiro lugar, a certeza de que entregaremos aos nossos filhos um planeta enfermo, esgotado, sob muitos aspectos inadequado à vida. Em segundo, precisamos reconhecer que é preciso fazer algo agora, individual e coletivamente, com muita urgência — e todos os caminhos de esperança passam pela Educação. 

E é aí que está o problema. Com todo o avanço tecnológico e científico, com todas as redes de informação e a multiplicação das capacidades humanas, ainda não fomos capazes de tornar a escola um ambiente de transformação para reverter uma cultura individualista e exploratória. E o pior: não parecemos estar caminhando na direção correta. 

Um estudo global recentemente realizado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) mostrou que apenas metade dos currículos nacionais menciona as mudanças climáticas — desafio iminente e mais ameaçador do mundo atual. Quando tratam desse assunto, é de forma superficial. Apenas um em cada cinco programas escolares dá ênfase à biodiversidade. Os dados mostram também que apenas 40% dos professores pesquisados se sentem confiantes em ensinar sobre a gravidade da emergência climática e só um terço se considera capaz de explicar os efeitos da mudança das médias de temperatura na região ou localidade onde mora e/ou trabalha.  

A discussão já saiu do plano pedagógico e escalou a governança dos países. Foi tema das recentes Conferências das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP) e certamente marcará os esforços de todos nos próximos anos. “A crise climática não é mais a ameaça de um futuro distante, mas uma realidade global. Não há solução sem educação. Todo aluno precisa entender as mudanças climáticas e ter autonomia para fazer parte da solução, e todo professor deve ter conhecimento para ensinar sobre isso. Os Estados devem se mobilizar”, indicou a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay. 

O movimento internacional mais forte feito nesta direção aconteceu em 2021. Durante a Conferência Mundial Virtual, entre 17 e 19 de maio, mais de 80 representantes dos países participantes se comprometeram com medidas concretas para transformar a aprendizagem para a sobrevivência de nosso planeta. Foi firmada a Declaração de Berlim sobre Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS). 

A EDS traz um aspecto pragmático e urgente, indicando caminhos para que a educação com esse foco se torne parte efetiva dos currículos escolares nos próximos três anos. É preciso atuar, por exemplo, na formação de professores — que não recebem preparo para esse trabalho. Da mesma forma, o objetivo da Organização das Nações Unidas (ONU) é estimular que se discutam os efeitos das mudanças climáticas nos países que mais emitem os chamados gases de efeito estufa — hoje, os mais engajados são justamente os que sofrem as consequências, como a seca na África central. 

Embora seja o exemplo mais agudo, as mudanças climáticas nem de longe representam o conjunto dos desafios que a humanidade enfrenta nesse campo. O tema da sustentabilidade é um amplo chapéu sob o qual coexistem temas econômicos, como os modos de produção, sociais, como a desigualdade crescente, e políticos, como a participação democrática. 

Por isso, ao assumir o compromisso de mudar o currículo conferindo centralidade à educação para o desenvolvimento sustentável, sob os olhos de 10 mil espectadores, os países se comprometeram com a promoção de medidas concretas para transformar a aprendizagem para a sobrevivência do planeta. Entre as medidas, estão o foco nas competências de colaboração, a construção de resiliência e a resolução de problemas. No evento de assinatura do acordo, 18 países da União Europeia já apresentaram suas propostas para cumprir os compromissos estabelecidos.  

Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável.

História do conceito EDS 

Para avançar na discussão e entender a importância do conceito de Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS), na forma como aparece na Declaração de Berlim, é necessário observar o que ocorreu até aqui. 

A ideia de uma visão de desenvolvimento que fosse sustentável remonta à década de 1970, mas ganhou projeção na Cúpula da Terra, realizada no Brasil em janeiro de 1992 — conhecida como Rio 92. Nessa ocasião, governos de mais de 170 países chegaram a um acordo sobre a necessidade de desenvolvimento sustentável como princípio orientador de seu crescimento econômico. 

Desde a Rio 92, quase sempre pela iniciativa da ONU, que tem na Unesco sua agência para Educação, Ciência e Cultura, diversas conferências foram realizadas, bem como foram incluídas em documentos internacionais firmados entre os países — conhecidos como Declarações, Tratados e outras denominações semelhantes. É assim que a roda gira no mundo da diplomacia multilateral.  

Em 2002, a Assembleia Geral das Nações Unidas promulgou a Década Mundial da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, que decorreu de 2005 a 2014 e ajudou a consolidar o conceito de EDS. Para além das ideias vigentes, estava evidente que a busca da sustentabilidade não se tratava de uma ação individual e localizada de indivíduos, mas se referia a um conjunto de transformações que só se completaria com mudanças estruturais, de forma integrada, atingindo pessoas, coletivos, comunidades, empresas, indústrias, escolas, governos, nações — todas as forças da sociedade. 

Estava sendo pavimentado o caminho da difusão do conceito de EDS. Foi assim que, em 2015, 193 nações se comprometeram com o desenvolvimento sustentável ao ratificar os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS ou Agenda 2030), que sucedeu os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que tiveram sua vigência entre 2000 e 2014. 

Vale sempre lembrar a meta 4.7 do ODS 4, dedicado à Educação. Preceitua o texto:  “Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável”. 

Assim, quando se fala em EDS, deve-se levar em conta que o conceito engloba um conjunto de tendências, ações, propostas como educação ambiental, responsabilidade social e outras. A Unesco define educação para o desenvolvimento sustentável como aquela que aborda o conteúdo e os resultados, a pedagogia e o ambiente de aprendizagem. “A EDS é muito mais do que pregar o ensino sobre desenvolvimento sustentável. É também praticar”, segundo documento da Unesco sobre a implementação das práticas. 

“A concepção trabalhada pela Unesco comunga com a perspectiva de cidadania local e global, aquela por meio da qual os estudantes compreendem seus direitos e responsabilidades para a construção de um mundo melhor para todos. Isso deve incluir, necessariamente, o compromisso com a justiça social, com a sustentabilidade ambiental e com os direitos humanos”, explica Mariana Alcalay, Oficial de Projetos da Representação da Unesco no Brasil. 

Portanto, a EDS envolve, por exemplo, promover ambientes de aprendizagem sustentáveis, como campi verdes, construir instalações mais sustentáveis e estabelecer critérios de governança internacional em que os princípios da sustentabilidade estejam presentes. No exercício da gestão escolar, como explica Mariana, isso se traduz em esforços para evitar o desperdício de água, energia, alimentos, materiais e equipamentos, como também implica a criação e manutenção de estruturas de convívio social voltadas a permitir maior participação e engajamento da comunidade escolar nos destinos da escola, como o Conselho Escolar, o Grêmio Estudantil e a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (Com-Vida). “E, em relação ao espaço físico, a escola sustentável deve tratar seu espaço de forma coerente e integrada com os objetivos da sustentabilidade”, define. 

Um aspecto essencial é a participação em comunidade, ressalta a Oficial de Projetos da Unesco. “Docentes e estudantes precisam se reconhecer como pertencentes a um coletivo, entendendo que somos interdependentes no movimento mundial pela manutenção da vida no planeta. Os docentes, na condição de integrantes de uma comunidade e imbuídos do seu potencial crítico e criativo, constituem elementos-chave dessa transformação desejada”, conclui Mariana Alcalay.  

Docentes e estudantes precisam se reconhecer como pertencentes a um coletivo, entendendo que somos interdependentes no movimento mundial pela manutenção da vida no planeta. Os docentes, na condição de integrantes de uma comunidade e imbuídos do seu potencial crítico e criativo, constituem elementos-chave dessa transformação desejada

É dessa forma que os sistemas educacionais conseguirão formar pessoas capazes de pensar e agir para o futuro, entendendo os efeitos de suas ações para o planeta e, assim, capazes de atuar com responsabilidade. A expectativa é que a Declaração de Berlim consolide todas as ações dentro desse arcabouço conceitual, integrador e que vai além da educação escolar. 

Governança: a dimensão do ESG

A difusão do conceito de desenvolvimento sustentável teve também desdobramentos fora do ambiente da educação formal. Recentemente, o noticiário da imprensa, eventos corporativos e até mesmo reuniões empresariais passaram a girar em torno de uma nova sigla — o ESG, sigla para Environmental, Social and Governance. De forma sintética, significa modelos de governança baseados em critérios de sustentabilidade ambiental e de equidade social. 

Trata-se de um movimento global de imensa importância e grande impacto uma vez que o mundo produtivo começa a se reorganizar em torno do desenvolvimento sustentável. Significa dizer, por exemplo, que grandes fundos de investimento podem direcionar seus recursos a empresas e empreendimentos que comprovem seu compromisso com o ambiente e com a sociedade. 

“Os investidores estão sendo estimulados a investir em empresas cada vez mais sustentáveis, conforme métricas que podem ser aferidas”, explica Gabriela Rozman, gerente de conhecimento da seção brasileira do Pacto Global da ONU, iniciativa que reúne empresas em torno de objetivos semelhantes (veja a entrevista completa nesta edição). Em setembro, a Santillana Educação e a Moderna passaram a integrar o Pacto Global, o que significa para as empresas assumir um compromisso público com as metas estabelecidas. Segundo Gabriela, a busca de atingimento das metas dos ODS constitui-se na linguagem comum entre as diferentes forças da sociedade — e se traduziram, no mundo empresarial, pelo ESG. 

Para o administrador de empresas Alessandro Carlucci, executivo-residente da Columbia University, ex-CEO da Natura — uma das primeiras grandes empresas brasileiras a assumir o tema da sustentabilidade —, o envolvimento do mundo corporativo com a sustentabilidade é inevitável. Para ele, do ponto de vista corporativo, sustentabilidade deve ser entendida como uma forma de gerar valor para todos os envolvidos em um empreendimento — inclusive o próprio meio ambiente.  

“É possível gerar valor social, mitigar impactos ambientais e produzir valor econômico, ao mesmo tempo e de forma sinérgica”, acredita. Para ele, embora o mundo sempre vá precisar de ações altruístas e filantrópicas, é a geração de valor que poderá tornar o mundo mais sustentável. “Haverá mudança mais rápida nas antigas lideranças para que as novas gerações tragam uma visão mais ampla sobre o tema”, diz. 

Para Carlucci, o fator decisivo é a própria sociedade, que passa a preferir marcas e produtos realmente sustentáveis. Para ele, empresas que simplesmente fingem ser sustentáveis — no processo denominado greenwashing — estão fadadas a sair do mapa. 

Mas e quando as organizações pertencem ao mundo da Educação? Aí, complexidade e relevância das ações, bem como o tamanho do impacto social, atingem outra dimensão. É o caso do que vem ocorrendo nos últimos anos com a própria Santillana.  

Empresa global e inovadora, liderando o setor educativo na América Latina, a Santillana trouxe o tema do desenvolvimento sustentável para o coração da estratégia da empresa — a ponto de se tornar um dos eixos principais do negócio. “Não há outra empresa do setor tão bem posicionada para liderar esse desafio”, diz Luciano Monteiro, diretor global de Comunicação e Sustentabilidade da Santillana. 

Há diferentes razões para isso. Em primeiro lugar, a necessária contrapartida social, o compromisso com a Educação, em todas as suas dimensões, e a coerência de uma organização cuja razão de existir é contribuir com a construção do futuro. Ao mesmo tempo, é também uma decisão empresarial alinhada com objetivos estratégicos de seguir ditando tendências, dialogando com as demandas das sociedades dos 20 países em que está presente e promovendo a transformação da educação, que vive um tempo de disrupção. 

Como a ação da empresa no mundo deve ser coerente com aquilo a que se pretende, o mesmo movimento vem sendo feito internamente, nas políticas de gestão de pessoas, na substituição da gasolina dos veículos por biocombustíveis, na compra de 100% do papel certificado, na busca pela desplastificação da cadeia produtiva, entre muitos exemplos. “Temos o objetivo de alcançar a neutralidade nas emissões de carbono para a mitigação do risco climático até 2035”, diz Luciano. “Precisamos liderar pelo exemplo”, afirma. 

Para cada dimensão, há objetivos e métricas próprios, periodicamente revisados. No âmbito dos serviços que presta à sociedade, o alinhamento com os ODS é o mesmo: todos os conteúdos educativos produzidos pela empresa vêm buscando incorporá-los e difundi-los para alunos, educadores e famílias.  

Para dar materialidade ao seu foco estratégico no desenvolvimento sustentável, a Santillana elegeu priorizar sete dos 17 ODS: os ODS 4 (Educação de qualidade); 5 (Igualdade de gênero); 8 (Trabalho decente e crescimento econômico); 10 (Redução das Desigualdades); 13 (Ação contra a mudança global do clima); 16 (Paz, justiça e instituições eficazes) e 17 (Parcerias e meios de implementação). Em cada um deles, as ações se multiplicam, inclusive com os esforços para difundir na sociedade os melhores princípios e práticas, conforme a realidade de cada país. No Brasil, por exemplo, acaba de ser lançado o primeiro podcast sobre educação antirracista. Da mesma forma, temas como a inclusão de pessoas com deficiência e outras pautas urgentes de equidade social estão sendo deslanchadas. 

Para isso — de forma coerente com os ODS priorizados — a Santillana conta com parcerias importantes. De um lado, uma das maiores redes de especialistas de uma instituição privada nos países onde está presente; de outro, instituições e agências de referência em plano global, como a Unesco e OEI. Assim, a empresa trabalha para cumprir seu propósito central, resumido em seu último informe de sustentabilidade: “Por sua capacidade transformadora, a educação é uma das chaves para reduzir a pobreza e as desigualdades, move as pessoas a levar uma vida mais saudável e sustentável, e é fundamental para o respeito aos direitos humanos e à criação de sociedades mais pacíficas”. 

Currículo e boas práticas 

No mundo do EDS, a educação é o processo central. Por isso, há muito o que fazer na escola, seja no currículo, seja na organização escolar. É necessário lembrar, por exemplo, que a escola consome água, energia, alimentos, e precisa se repensar como parte implicada. De que adiantam as melhores aulas se no intervalo é o velho show de desperdício, uso indiscriminado de plástico, exemplos que são condenados do lado de fora dos muros da escola? 

Por isso, para Mariana Alcalay, é preciso haver o encontro entre discurso e prática, ainda muito distantes entre si. Contudo, ela já vê exemplos muito positivos na realidade brasileira, como municípios com os quais a Unesco coopera, como Leme e São Paulo. “São experiências exitosas que contemplam uma abordagem de EDS nos aspectos curriculares, pedagógicos e de gestão”, celebra Mariana. 

Segundo Mariana, a legislação brasileira já está em consonância com a visão da Unesco — um exemplo são as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental (Resolução CNE/CP n. 2, de 15 de junho de 2012, art. 14), que recomendam que as instituições de ensino se tornem espaços educacionais sustentáveis. “Isso significa que a sustentabilidade socioambiental deve fazer parte não apenas do currículo escolar, como objeto de aprendizagens formais, mas também do cotidiano da comunidade escolar, em práticas que estimulem o cuidado com o meio ambiente e com as pessoas”, diz. 

Conforme explica, na gestão escolar, isso se traduz em esforços para evitar o desperdício de água, energia, alimentos, materiais e equipamentos, e também para a criação e manutenção de estruturas de convívio social voltadas a permitir maior participação e engajamento da comunidade escolar nos destinos da escola, como o Conselho Escolar, o Grêmio Estudantil e/ou a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida. 

Outro aspecto essencial é a relação entre escola e comunidade, no âmbito local e global. Conforme explicita Mariana, para trabalhar o sentido de pertencimento planetário e metas tão ambiciosas com crianças, é necessário começar pelo seu contexto mais imediato. “Entendendo sua realidade e observando as mudanças que ocorrem, elas serão capazes de se ver como partes de um contexto maior — a turma, a escola, a comunidade, o município, o país e o mundo”, explica.  

Por sua capacidade transformadora, a educação é uma das chaves para reduzir a pobreza e as desigualdades, move as pessoas a levar uma vida mais saudável e sustentável, e é fundamental para o respeito aos direitos humanos e à criação de sociedades mais pacíficas.

Para Mariana, docentes e estudantes precisam se reconhecer como pertencentes a um coletivo, entendendo que os ODS não serão alcançados de forma isolada. “Somos interdependentes no movimento mundial pela manutenção da vida no planeta, e os docentes, na condição de integrantes de uma comunidade e imbuídos do seu potencial crítico e criativo, constituem elementos-chave dessa transformação desejada”, conclui.  

Conforme a Oficial de Projetos da Unesco, o currículo da cidade de São Paulo é um exemplo pioneiro no mundo ao trazer os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento alinhados com os ODS, o que possibilitou tratar com seriedade as temáticas sociais, entre elas a sustentabilidade, que perpassa os direitos humanos e o consumo sustentável.  

A rede municipal de São Paulo produziu o documento considerando as Diretrizes de Aprendizagem dos ODS com o objetivo de potencializar a articulação entre o Currículo da Cidade e as questões sociais e ambientais, nos âmbitos local e global, para dar aos estudantes a oportunidade de se tornarem cidadãos globais que constroem novas realidades baseando-se em conhecimentos, habilidades e atitudes. Todos esses materiais relacionados ao Currículo da Cidade de São Paulo estão disponíveis no portal institucional da Secretaria Municipal da Educação (link no quadro abaixo). 

Para Mariana, os educadores são atores essenciais para a conscientização das gerações futuras e da comunidade escolar como um todo. Justamente pensando nos professores de Ensino Fundamental —, Anos Iniciais, a Unesco produziu uma série de recursos chamada Educação para o Desenvolvimento Sustentável na escola, composta de dez cadernos pedagógicos sobre a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.  

Nos cadernos, são sugeridas 84 atividades lúdicas a serem adaptadas de acordo com cada contexto escolar, que podem ser utilizadas tanto na educação formal como na não formal. Para cada uma são indicadas habilidades previstas na BNCC nas cinco áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e ensino religioso).


 

Para saber mais

  • Portal Institucional da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Disponível em: mod.lk/ed23_pd1. Acesso em: 9 set. 2022. 
  • Cards Educação para o Desenvolvimento Sustentável na Escola (EDS na escola). Unesco (EDS). Disponível em: mod.lk/ed23_pd2. Acesso em: 9 set. 2022. 
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